Meu avô dizia vigia,
Minha mãe dizia montanha,
Eu digo que é o meu coração
Que virou pedra e foi morar lá no alto.
É o meu futuro, que olha de longe e inalcançável.
É um pai, que esperou tanto tempo que virou lenda.
E o que aquela pedra tem
É um olhar de saudade.
Ele me chama para um abraço, mas eu desvio o olhar toda vez.
Ele quer me alertar de que o mundo visto de cima
Não é igual ao visto de baixo.
Da minha janela, o vejo de costas
Observando tudo, tomando conta,
Mas ele não pode proteger
Pois não tem braços
Só olhos
Que me olham todo dia voltando da aula.