30.7.09

Minha Tereza.

O caso era a pinta, que um dia ela quis esconder com maquiagem.
Um dia chegou um moço, e se apaixonou pela pinta, e levou a pinta pra ver o mundo.
Um dia nasceu uma pintinha.
Ela quis acreditar, não pode negar, que a pinta seria seu charme.
E a pinta sempre lá, sempre lá.
(Dizem que se virar o rosto não se vê)
Mas assim ela era reconhecida, pelo menos.
Era chegar, pensavam "Olha a menina da pinta"
Mas não de deboche.
Havia uma certa segurança, em ser a garota da pinta.
As espinhas iam e vinham envolta da pinta.
O batom, ora róseo ora acobreado, só enfeitava.
As vezes crescia, ficava quadrada.
Vinha o sol, e ela quase se perdia.
E ela tinha medo de perder sua marca amiga incorrigível.
Mas um dia
(Depois da juventude, e das coisas boas)
Depois da pintinha e do moço
Ela descobriu que
Como tudo que permanecia na sua vida
A pinta era um tumor.

14.7.09

The Hours

-Por que alguém morre?
-O que?
-Você disse que alguém vai morrer. Porque?
-Hum...
-Isso é uma pergunta estúpida?
-Não.
-Então, porque?
-As pessoas morrem para as outras darem mais valor à vida. É um contraste.

10.7.09

cause I no longer know



I lose some sales
and my boss won't be happy
but I can't stop listening to the sound
of two soft voices blended in perfection
from the reels of this record that I found

every day there's a boy in the mirror
asking me
what are you doing here
finding more that previous motifs
growing increasingly unclear

I travelled far and I burned all the bridges
I belived as sooned as I hit land
all the other
options held before me
wither in the light of my plan

so I lose some sales
and my boss won't be happy
but there's only one thing on my mind
searching boxes underneath the counter
on a chance that on a tape I'd find

a song for
someone who needs somewhere
to long for

homesick
cause I no longer know
where home is